domingo, 18 de março de 2012

RESENHA CRÍTICA 3


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL E SUAS LINGUAGENS
RESENHADO POR: RUTH FRANCISCO DIAS
TURMA: B            2012
RESENHA
EDUCAÇÃO INFANTIL E REGISTRO DE PRÁTICAS
Este livro tem como resultado de reflexões, pesquisas e experiências de vários professores especialistas de todo o Brasil. Oferece ao professor subsídios formativos que levam em conta as novas diretrizes curriculares.  Tendo como proposta a de formação docente, buscando atender, de modo criativo e crítico, às transformações introduzidas no sistema nacional de ensino.
As escolas necessitam por profundas transformações em suas práticas e culturas para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo. Os professores são profissionais essenciais no processo de mudanças das sociedades. O desafio é educar as crianças e os jovens, propiciando-lhes um desenvolvimento humano, cultural, cientifico e tecnológico, de modo que adquiram condições para enfrentar as exigências do mundo contemporâneo. Por isso é preciso investir na formação e no desenvolvimento profissional dos professores.
O desenvolvimento profissional dos professores é objetivo de proposta educacionais que valorizam a sua formação não mais baseada na racionalidade técnica, é necessário rever as práticas e produzir novos conhecimentos para a teoria e a pratica de ensinar. A transformação da pratica do professor decorre da ampliação de sua consciência crítica sobre a própria prática, a de sala de aula e a da escola como o um todo, o que pressupõem os conhecimentos teóricos e críticos sobre a realidade.
A proposta deste livro é a discussão dos temas do cotidiano e a política publica e confrontados com as teorias e a experiências. Tendo sua essência a reflexão sobre o tema da concretização na prática, dos registros.
Temos a concepção que a criança como produtora de conhecimento ser ativo no processo de aprendizagem, sujeito que deixa marcas. E o professor como pesquisador reflexivo, um ser intelectual, autor de suas práticas, escreve sobre a prática pedagógica, que implica em relembrar, narrar, relatar, analisar, pensar e pesquisar. Tendo o registro um instrumento favorável à reflexão e à construção de uma postura de investigativa contribuindo para o processo de formação.
Ao elucidar o conceito de registro mediante uma interlocução com diferentes autores, procurando formar uma concepção que considere as diferentes linguagens e a criança como produtora de marcas, alguns autores que tratam da temática como: Madalena Freire, Paulo Freire, Cecília Warschauer, Miguel Angel Zabalza e Julia Oliveira Formosinho.
Manifestam - se o termo registro como diário do docente como conjunto de situações bipolares e multipolares que se apresentam ao professor no desenrolar de suas atividades profissionais. O ensino como gestão de profissional de espaços problemático. Diário como organizador estrutural de aula que o professor aprende através de sua narração que se constituem em reflexões. O registro possibilita a construção da memória e da história, enfatizando o papel do diálogo e da experiência grupal na formação. Ele aparece como a construção de identidade.
A escrita, como oportunidade formativa, possibilita a construção da autoria, a teorização das práticas, à construção de história e de identidade. A compreensão da realidade e, com isso, sua transformação. Pratica para o desenvolvimento da reflexão. O registro como instrumento metodológico o educador apropria-se das teorias subjacente de suas ações, que o conduz ao aprofundamento do pensar.
O escrever é muito complexo, o ato de registrar, pressupor o ato de estudar. Para a autoria o relato representa o espaço valioso no cotidiano, forja a realidade. E um processo cooperativo que ajuda os professores a escutar e observar as crianças com quem trabalham, possibilitando, assim, a construção de experiências significativas com elas.
Registrar a prática não é apenas escrever sobre ela, registro é relato, narrativa, descritiva e ainda mais, registrar é refletir, planejar, avaliar. Tem valor anterior e posterior a produção. Fornecerão elementos para a reflexão sobre a prática e para a avaliação desta, o que remete novamente ao planejamento.
No contexto histórico a concepção e o entendimento que se tem hoje sobre a infância e a educação infantil são fruto de um processo histórico e contextualizado. Neste contexto a creche e a pré-escola são instituições criadas pela sociedade burguesa, para educar a criança para a sociedade capitalista.
            São grupos religiosos que iniciam a história da educação infantil em São Paulo, após esse grupos organizam e mantêm asilos infantis e orfanatos. Juntamente com o jardim da infância Caetano Campo surge a revista do jardim da infância em 1896, com objetivo destinado a formação de professores, com registros de experiências, produzidos pelas próprias professoras, usadas como receitas a ser seguidas pelas professoras.outra revista foi   revista do jardim da infância, responsável por alguns parcos registros produzidos por professores. Possivelmente o registro não era valorizado. Existem alguns informativos, que eram informativos internos, noticias sobre eventos e acontecimentos, calendários de reuniões, poemas, informes de aquisição e movimentação.
            Em 1920, as crianças sendo vitimas frequente de epidemias e doenças, por falta de infraestruturas, vivendo em ambientes insalubres. Nos anos 30, a educação física e a higiene para se essenciais, especialmente aos filhos de operários. Já em 1935, cria o serviço de jogos e recreios, para retirar as crianças da rua,orientar as famílias em relação á saúde e a higiene e disseminar a cultura nacional. São criados os parques infantis. Em seguida nos anos de 1937 a instituição passa a abrigar no período noturno, a fim de atender população entre 12 a 21 anos. Na década de 40 são criados os recantos infantis em praças para atender criança de 3 a12 anos.
            No período e 1967 o foco na saúde e na higiene sede lugar á consideração da pré-escola como espaço para desenvolvimento da prontidão para a alfabetização; Na década de 70 é elaborado um currículo para a pré-escola.
            A escassez de conhecimento pedagógico sistematizados torna compreensível o empreendimento de alguns educadores no sentido de construir a espeficidade da atuação docente e dotá-la de amparo cientifico. Percebe-se a necessidade de investimento na formação de professores como alicerce da mudança, enfatizando a observação, a experimentação e a pesquisa como formas de aprendizagem do “ser professor”.
            Observando então a escola como espaço de produção de conhecimento, instância de formação por intermédio da pesquisa, da experimentação, da construção de novas propostas. Partindo deste pressuposto considera que registrar é produzir conhecimento, e produzir conhecimento é valorizar a prática pedagógica e o ofício do docente. A construção de práticas de registro da ação pedagógica por parte de educadores, longe de ser atividade meramente burocrática, constitui importante contribuição para a formação em serviço, para a melhoria da qualidade do ensino, para a produção de saberes no espaço escolar.
A ciência foi apontada como o único saber legítimo, o que promoveu a desqualificação dos saberes construído pelos educadores. A noção de progresso invade a escola. Praticas tradicional recebem o rotulo de atrasada, devendo ser banidas em conta de proposta modernas e inovadoras que não levam em conta a experiência docente, tida como não cientifica e, portanto, irrelevante.
Finalmente chega o tempo que a instituição escolar é posta á prova por não cumprir sua função social. A ciência, que havia substituído à experiência docente e racionalizando o trabalho do professor, tem sua eficácia pedagógica, o que possibilita a constatação da impossibilidade de aplicação imediata das primeiras.
Por intermédio da narrativa, o professor constrói sua própria teoria com base na reflexão sobre a prática e na atribuição de sentido ás suas ações. A produção cede espaço à criação.
Em fim registrar é ler a realidade, observar, pensar, agir. É conhecer, entender, refletir para poder transformar. Por isso é libertador. E cabe a formação possibilitar ao educador à leitura do mundo, o desvelamento da realidade, a apropriação de sua fazer ao de libertação e transformação. A formação, portanto, precisa promover o pensar reflexivo e crítico, o estudo, a produção de conhecimento, a socialização de saberes, a melhoria da prática. E o registro pode construir importante instrumento nesse processo, promovendo à construção das memórias pessoal e coletiva, a escrita da história, a formulação de perguntas, o levantamento de hipóteses, a aprendizagem, a articulação teoria-prática.
Essa reflexão não se dá no vazio, mas é pautada em saberes que o professor possui ou precisa construir para poder atuar de maneira mais adequada, tendo em vista a aprendizagem e a formação de seus alunos. Sua ação é medida por teorias, concepções e conhecimentos que fornecem subsídios á prática, fundamentando-a e orientando-a a respeito de que direções tomar.
Acreditamos que o registro de práticas constitui instrumento essencial à construção de autoria e à sistematização de saberes construídos/produzidos pelo educador em seu trabalho diário. Registro resultante de um processo de busca, estudo e pesquisa precisariam encontrar um meio de divulgação mais amplo, sem ficar restritos ao professor e ao contexto da escola. Que o professor possa ser autor de sua prática e atuem no sentido de promover melhores condições de trabalho, as quais possibilitem efetivamente à construção de registros de práticas pedagógicas, o estudo, a reflexão. Que a escola possa articular a esse professor reflexivo.





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