domingo, 18 de março de 2012

RESENHA CRÍTICA 1


RESENHA

LOPES. Amanda Cristina Teagno. Educação Infantil e registro de práticas. São Paulo: Cortez, 2009.

Amanda Cristina Teagno Lopes é pedagoga, mestre em educação pela faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE/USP). Atua como professora de Educação Infantil na prefeitura de São Paulo e assessora o Departamento de Normas Técnicas e Orientações Pedagógicas da Secretaria Municipal de Guarulhos. Além do universo infantil, a autora ministra cursos e oficinas voltadas ao processo de formação continuada de educadores.
O livro Educação infantil e registro de práticas faz parte da Coleção Docência em Formação que tem por objetivo oferecer suporte teórico aos docentes para que possam atuar ativamente na sociedade brasileira contemporânea, considerando seu contexto histórico, social e cultural. Outro aspecto da coleção é o investimento dos autores (as) na valorização do professor enquanto agente principal de mudanças no sistema de ensino brasileiro, e por isso, busca também, conhecer e resignificar a identidade deste profissional, problematizando e analisando as situações da prática de ensinar e a capacidade de tomada de decisão dos professores na realidade em que atuam.
Assim, os livros desta coleção subsidiam a formação inicial e continuada de professores de creches e pré-escolas, ensino fundamental e médio, ensino superior, educação profissional, educação de jovens e adultos baseando-se no investimento do desenvolvimento profissional e oferecendo formação teórica, a fim de tornar a pesquisa componente essencial da/na formação, valorizando a docência como atividade intelectual, critica e reflexiva.
Lopes apresenta seu livro, fruto de sua dissertação de mestrado apresentada à Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, sob orientação do professor doutor José Cerchi Fusari. É uma pesquisa que possui raízes históricas na vida da autora, uma vez que há essências de sua prática como professora de Educação Infantil, onde iniciou suas reflexões acerca da pratica de registros.
O livro é organizado em quatro partes:
Capítulo I, em que a autora realiza uma “roda de conversa” com alguns autores, em torno de conceituar o termo registro, considerando as diversas linguagens e criança como produtora de praticas.
Participaram desta discussão Madalena Freire (1983-1996), Paulo Freire (1993), Cecília Warschauer (1993, 2001), Miguel Angel Zabalza (1994) e Júlia Oliveira-Formosinho (2002), e claro, Amanda Cristina T. Lopes.
Os autores refletem sobre os diversos tipos de registro (diários, portfólios, imagens, planos de aulas, etc.) que se constituem documentos favores na/para a prática pedagógica reflexiva, que considere a observação, a leitura da realidade, ou seja, próprio ato de estudar e registrar o que se vive. Para isso, segundo a autora, é preciso que os docentes desmistifiquem a idéia/identidade de cuidadores de criança para pesquisadores que incluam em suas vivências e estudos, teóricos e pesquisadores.  
Ainda no capitulo I, outros elementos também são mencionados como fatores importantes para a construção de memória e história por meio do registro, como o contexto e as condições de trabalho que favorecerão ou não nestas práticas; a valorização da criança como produtora de registros, construtora de cultura e história (onde o desenho é a principal forma de linguagem); e a reflexão acerca dos textos que os docentes lêem e constroem no decorrer de suas práticas.
No capitulo II, a autora recupera na história da educação infantil de São Paulo e na história da educação no Brasil, registros de práticas realizadas em épocas passadas, dando ênfase ao registro no contexto da Educação Infantil e mais propriamente na pré-escola de escolas publicas.
A história da educação escolar em São Paulo teve inicio em 1554, com a criação do Colégio dos Meninos de Jesus em São Paulo de Piratininga. A autora percebeu que nesta época a educação apenas cumpria os preceitos médico-higienistas e de jogos, ginástica e educação física, uma vez que não se pensava no professor reflexivo, na complexidade da prática, e por isso, não havia sentido a produção de registros com estas finalidades. Encontrou apenas algumas fichas (prontas para preencher) de acompanhamento de desenvolvimento físico, e, alguns relatos descritivos de atividades realizadas com as crianças, essencialmente prescritivos, com um modelo a se seguido.
No Instituto do Distrito Federal (Rio de Janeiro- 1932 a 1937), o registro apareceu como “[...] instrumento de disseminação de novo paradigma, elemento de mudança e de formação de pensamentos”. (LOPES, 2009, p. 91).
Enfim, neste capitulo a autora nos situa em processos históricos do contexto brasileiro que nos ajudam a resgatar e formular o conceito de registro, memória e história do profissional que trabalha na educação publica infantil.
No capitulo III, Lopes recupera a sua prática enquanto professora de crianças, buscando em seus registros, desvendar o que querem dizer e como contribuíram em seu desenvolvimento profissional e melhoria da sua prática. Ela nos evidencia, aqui, que a produção de saberes acontece desde o planejamento das atividades até o produto final das mesmas e que “por trás” disso existem políticas publicas, produções teóricas, documentos legais, que exercem importante papel no registro de práticas docente.
No capitulo IV faz sua considerações finais, destacando o professor como autor de sua prática, a atividade pedagogia como ação complexa e em processo de construção, as crianças como agentes ativos em sua educação, o registro como memória e história, e a necessidade da formação continuada para professores.
Não há duvida que este livro contribui de forma positiva para a formação continuada de professores, pois aborda importantes questões acerca da educação infantil, em que, a observação e o registro são instrumentos essenciais ao processo de avaliação, aprendizagem e desenvolvimento da criança, além de serem instrumentos de construção da memória e história de uma determinada época e contexto educacional.
Bruna F. G. de Araujo
Professora da Rede Municipal de Ensino de Campo Grande MS e pós-graduanda do Instituto Superior da Funlec-IESF, em Educação Infantil e Suas Linguagens.


RESENHA CRÍTICA 4


RESENHA
LOPES, Amanda Cristina Teagno. Educação infantil e registro de práticas. São Paulo: Cortez, 2000 (Coleção docência em formação. Série educação infantil).
Resenhado por: Kátia Felipini de Almeida.


            O livro “Educação Infantil e registro de práticas” de Amanda Cristina Teagno Lopes é uma publicação da Editora Cortez do ano de 2009. É composto de 4 capítulos, sendo que o capítulo I aborda sobre  registro; o capítulo II sobre registro e memória; o capítulo II sobre o registro de práticas pedagógicas e o capítulo IV trás as considerações finais.
            A obra em questão é fruto da dissertação de mestrado apresentada pela referida autora à Faculdade de Educação da universidade de São Paulo na linha de pesquisa didática, teoria do ensino e práticas escolares.
            Na introdução Amanda Cristina Teagno Lopes apresenta a sua obra, ressaltando que o livro fala sobre os educadores, educação infantil e registro de práticas escolares. Trata-se, portanto, do esforço no sentido da melhoria da qualidade do ensino e mostrar à sociedade e as políticas públicas o valor da educação, dos professores e de suas práticas. A educação é mantida como espaço de transformação de mudança e de criação.
            A autora inicia o capítulo I falando sobre a sua intenção de construir o conceito da palavra registro, para isso ela mantém o diálogo com alguns autores como: Madalena Freire, Paulo Freire, Cecília Warschauer, Miguel Zabalza, dentre outros.
            Para Zabalza a produção de registro diário é entendida como diálogo que o professor por meio da leitura e reflexão trava consigo mesmo. Para o referido autor o diário é uma forma significativa de registro, pois nele é possível o educador expressar seus anseios, dúvidas, valores e crenças.
            Cecília Warschauer ensina que o registro possibilita a formação, a reflexão, a construção da memória e da história. Júlia Oliveira formosinho e Ana Azevedo também apontam a importância do registro dando ênfase aos portfólios. Para elas o registro possibilita a compreensão da realidade e consequentemente sua transformação.
            Madalena Freire situa o registro como instrumento metodológico ao lado do planejamento, da observação e da avaliação. Para Paulo Freire registrar pode ser considerado ato de estudar, o que pressupõe observação e leitura da realidade, construção de sentido para aquilo que nos é apresentado.
            Sobre o educador e o registro Amanda Cristina Teagno Lopes corrobora que a formação docente é empobrecida de atividades de registro, pois não se discute e incentiva o professor a ser um professor leitor e escritor. Preciso haver na prática do educador a relação entre registro e memória para que assim o educador seja produtor e autor de sua própria história. Para isso o educador deve ter acesso ao mundo da arte, da literatura e da cultura.
Registro demanda escrita, linguagem, pensamento, produção e leitura não apenas de textos acadêmicos. O registro da prática docente serve como instrumento de reflexão e de melhoria da qualidade do ensino.
Ainda neste capítulo a autora pontua a necessidade da realização de registros através da linguagem verbal e não verbal, pois uma imagem é texto a ser lido e interpretado assim como se faz com a palavra escrita. Madalena Freire propõe aos professores que façam registros das aulas, mas não somente registros em forma de texto narrativo, mas também registros não verbais e que posteriormente reflitam sobre os mesmos.
O registro deve ser uma prática diária tanto do professor quanto do aluno. Este deve registrar suas descobertas, escrever e desenhar de acordo com seus conhecimentos, colocar sua marca nos registros; relatar a história de seu aprendizado. É preciso que o professor considere o desenho do aluno como forma de registro ao lado da escrita, como forma de pensamento e meio de expressão. Os registros de professores e alunos se unem na construção de memórias, de identidade e de aprendizagem.
Amanda Cristina Teagno Lopes inicia o capítulo II abordando sobre o registro no contexto da Educação Infantil. Para ela os registros no contexto da Educação Infantil. Para ela nos registros dos alunos da Educação Infantil transparecem além dos conteúdos e atividades também emoções, sentimentos, ou seja, as especificidades da criança, do educador e da instituição de Educação Infantil.
            O registro é tão importante na Educação Infantil que o próprio Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil aponta a observação do registro como instrumentos essenciais ao processo de avaliação da aprendizagem e do desenvolvimento. O registro é, portanto, elemento imprescindível ao trabalho na Educação Infantil.
            Posteriormente, no item 2 do capítulo II, Amanda C. T. Lopes, pontua que por meio da pesquisa documental realizada verificou que os professores da Educação Infantil tanto da rede estadual como municipal de São Paulo fazem poucos registros já que nos acervos consultados eles não foram encontrados. O que tinha eram poucos relatos de professores nos documentos publicados.
            Nos parques infantis também não foram encontrados cadernos de registros produzidos pelos professores que ali atuavam. Já os relatos produzidos pelas educadoras sanitaristas e recreacionistas são poucos, mas estão presentes nas publicações. Consta de narrativas de experiências e reflexões sobre práticas desenvolvidas.
            No item 3 do capítulo II a autora fala sobre o registro e a produção na Escola Nova. De acordo com a Amanda Cristina Teagno Lopes no período de 1932 a 1937 havia valorização do registro no curso de formação de professores, eram feitos os registros das atividades de observação, participação e direção nas salas de aula das escolas primárias. Cada aluno anotava em um questionário, aspectos referentes a conteúdos, encaminhamentos, participação dos alunos e atuação da regente.
            O registro funcionava como instrumento de apoio à discussão sobre o observado. Inquéritos e relatórios também eram produzidos pelos professores dos diferentes níveis de ensino e pelas alunas do curso de professores.
            Para a autora a construção de práticas de registro da ação pedagógica por parte dos educadores constitui em importante contribuição para a formação em serviço para a melhoria da qualidade do ensino para a produção de saberes no espaço da escola. Registrar é produzir conhecimento e produzir conhecimento é valorizar a prática pedagógica e o ofício docente.
            Amanda Cristina Teagno Lopes explica que o capítulo III de seu livro tem por objetivo buscar uma aproximação aos registros  produzidos por professores no contexto da Educação Infantil e compreender seu papel na formação, no desenvolvimento profissional e na melhoria da qualidade da ação docente.
            De acordo com a autora é possível identificar diferentes tipos de registros produzidos pelos professores como registros formais, diário de classe, ata de reunião, livro de registro do trabalho coletivo. Entretanto, a autora centralizou a sua análise nos cadernos de registro diário e nos portfólios. Sendo que os cadernos e os portfólios foram produzidos no contexto  de uma escola municipal de Educação Infantil
            Os registros diários constavam de apontamentos em que o professor relata seu dia, refletindo sobre acontecimentos, atividades, alunos e sua própria atuação. Nos registros produzidos durante o ano de 2003 existiam muitas referências a conversas com a coordenadora pedagógica da escola e às reflexões delas decorrentes. Nos registros diários de 2001 prevaleciam a narração/descrição/análise de elementos como grupo, alunos e atividades, sendo a narrativa uma rotina diária. Os diários de 2002 apresentavam-se um pouco mais reflexivos. Descrição, análise, reflexão e encaminhamentos parecem constituir o eixo estruturador dos relatos produzidos nesse ano, fazendo que os registros se tornem mais detalhados e minuciosos.
            No item 2 do capítulo III a autora fala sobre portfólios de projetos . Estes representam a construção da memória, de história, tornando possível ainda o intercâmbio de experiência e a divulgação de um trabalho. Os portfólios produzidos no período de 2000 a 2003 referem-se relatos de projetos desenvolvidos junto ao grupo de crianças. Implícita ou explicitamente eles fazem referência ao contexto institucional e, sobretudo, às concepções subjacentes às ações. Neles, narração e reflexão estão presentes.
            Para Amanda Cristina Teagno Lopes os portfólios são registros que apontam os percursos, procedimentos e formas de apontamentos. Eles possibilitam a autoformação e também podem ser valiosos instrumentos de socialização e troca de experiências entre professores, que favorecem a produção e sistematização de conhecimentos produzidos na prática.
            De acordo com a autora também foi possível encontrar nos arquivos pessoais dos professores outras espécies de registros nos arquivos pessoais dos professores, como por exemplo: projetos coletivos, proposta de trabalho para determinadas turmas, relatórios gerais de atividades. Esses registros concretizam a produção e a divulgação de saberes pelo professor, a narração da experiência e a formação em serviço.
            Para Amanda Cristina Teagno Lopes o professor produz diferentes tipos de registros, tanto formais como informais, mas, todos contribuem de alguma maneira para a execução do trabalho docente e contam uma história.
            A autora esclarece que ao analisar os cadernos de registros e os portfólios dos professores verificou-se que a função do primeiro difere da do segundo, pois enquanto nos caderno de registro aparece toda a problemática e a complexidade do real, no portfólio encontravam um processo percorrido, uma narrativa contínua, sem interrupções ou dúvidas.
            A autora ao analisar as inter-relações entre portfólio, registro diário e registros produzidos pelas crianças verificou que era possível identificar o movimento presente não apenas no processo de escrever, mas também na própria ação pedagógica.
            Amanda Cristina Teagno Lopes no capítulo IV de sua obra apresenta as considerações finais, momento em que ela diz que pensar o registro é valorizar o trabalho docente, entendendo-o como profissão que demanda conhecimento, estudo e reflexão sistemática.
            Para a autora o registro deve possibilitar a construção de um saber válido com base na reflexão e no diálogo com a teoria. E isso não é tarefa fácil, pois precisa de intervenção e tempo, pois é construção, processo e não técnica, receita.
            O registro de práticas pode ser considerado meio e fim para a melhoria da ação pedagógica. É meio para o planejamento, a reflexão, a avaliação, o desenvolvimento profissional, e também constitui em um documento, registra memória, expõe um processo e representa produção de saberes.
 Entretanto, Amanda Cristina Teagno Lopes diz ter percebido que os registros ainda constituem uma atitude individual, como a produção dos professores para si mesmos, já que as possibilidades de interlocução com outros professores e com a coordenação era bastante restritas. Assim, a autora acredita que há necessidade de passar do registro como atitude individual ao registro como projeto institucional. É preciso que o registro seja incorporado ao projeto político-pedagógico em ação, à cultura escolar, a sistema de forma mais ampla.
Registro demanda intervenção, escuta, socialização, para que possibilite efetivamente  a construção coletiva  do conhecimento e a emancipação, a autonomia.
No item 3 do capítulo IV a autora lembra que documentar experiência possibilita a formação do educador em serviço, pois registrar é produzir história, é construir saberes com base na prática, é desenvolver-se pessoal e profissionalmente. É ler a realidade, pensar, agir. É conhecer, entender, refletir para poder transformar. E cabe a formação possibilitar ao educador a leitura do mundo, o desvelamento da realidade, a apropriação de seu fazer, ato de libertação e transformação. A formação precisa promover o pensar reflexivo e crítico, o estudo, a produção de conhecimento, a socialização de saberes, a melhoria da prática.
O livro de Amanda Cristina Teagno Lopes é uma obra escrita por meio de uma linguagem simples de fácil entendimento, por isso ela é indicada tanto para profissionais como acadêmicos da área da educação, principalmente da Educação Infantil, já que a obra trata das práticas de registro nesta fase da escolaridade.
Vale salientar que os registros fazem parte da prática diária do professor mas nem sempre recebe a atenção merecida, por isso torna-se imprescindível que os registros feitos pelos educadores na escola sejam organizados e publicados, pois poderão constituir futuramente ricos materiais de pesquisa que poderão enriquecer a prática de futuros educadores.
           
           
           
           


RESENHA CRÍTICA 3


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL E SUAS LINGUAGENS
RESENHADO POR: RUTH FRANCISCO DIAS
TURMA: B            2012
RESENHA
EDUCAÇÃO INFANTIL E REGISTRO DE PRÁTICAS
Este livro tem como resultado de reflexões, pesquisas e experiências de vários professores especialistas de todo o Brasil. Oferece ao professor subsídios formativos que levam em conta as novas diretrizes curriculares.  Tendo como proposta a de formação docente, buscando atender, de modo criativo e crítico, às transformações introduzidas no sistema nacional de ensino.
As escolas necessitam por profundas transformações em suas práticas e culturas para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo. Os professores são profissionais essenciais no processo de mudanças das sociedades. O desafio é educar as crianças e os jovens, propiciando-lhes um desenvolvimento humano, cultural, cientifico e tecnológico, de modo que adquiram condições para enfrentar as exigências do mundo contemporâneo. Por isso é preciso investir na formação e no desenvolvimento profissional dos professores.
O desenvolvimento profissional dos professores é objetivo de proposta educacionais que valorizam a sua formação não mais baseada na racionalidade técnica, é necessário rever as práticas e produzir novos conhecimentos para a teoria e a pratica de ensinar. A transformação da pratica do professor decorre da ampliação de sua consciência crítica sobre a própria prática, a de sala de aula e a da escola como o um todo, o que pressupõem os conhecimentos teóricos e críticos sobre a realidade.
A proposta deste livro é a discussão dos temas do cotidiano e a política publica e confrontados com as teorias e a experiências. Tendo sua essência a reflexão sobre o tema da concretização na prática, dos registros.
Temos a concepção que a criança como produtora de conhecimento ser ativo no processo de aprendizagem, sujeito que deixa marcas. E o professor como pesquisador reflexivo, um ser intelectual, autor de suas práticas, escreve sobre a prática pedagógica, que implica em relembrar, narrar, relatar, analisar, pensar e pesquisar. Tendo o registro um instrumento favorável à reflexão e à construção de uma postura de investigativa contribuindo para o processo de formação.
Ao elucidar o conceito de registro mediante uma interlocução com diferentes autores, procurando formar uma concepção que considere as diferentes linguagens e a criança como produtora de marcas, alguns autores que tratam da temática como: Madalena Freire, Paulo Freire, Cecília Warschauer, Miguel Angel Zabalza e Julia Oliveira Formosinho.
Manifestam - se o termo registro como diário do docente como conjunto de situações bipolares e multipolares que se apresentam ao professor no desenrolar de suas atividades profissionais. O ensino como gestão de profissional de espaços problemático. Diário como organizador estrutural de aula que o professor aprende através de sua narração que se constituem em reflexões. O registro possibilita a construção da memória e da história, enfatizando o papel do diálogo e da experiência grupal na formação. Ele aparece como a construção de identidade.
A escrita, como oportunidade formativa, possibilita a construção da autoria, a teorização das práticas, à construção de história e de identidade. A compreensão da realidade e, com isso, sua transformação. Pratica para o desenvolvimento da reflexão. O registro como instrumento metodológico o educador apropria-se das teorias subjacente de suas ações, que o conduz ao aprofundamento do pensar.
O escrever é muito complexo, o ato de registrar, pressupor o ato de estudar. Para a autoria o relato representa o espaço valioso no cotidiano, forja a realidade. E um processo cooperativo que ajuda os professores a escutar e observar as crianças com quem trabalham, possibilitando, assim, a construção de experiências significativas com elas.
Registrar a prática não é apenas escrever sobre ela, registro é relato, narrativa, descritiva e ainda mais, registrar é refletir, planejar, avaliar. Tem valor anterior e posterior a produção. Fornecerão elementos para a reflexão sobre a prática e para a avaliação desta, o que remete novamente ao planejamento.
No contexto histórico a concepção e o entendimento que se tem hoje sobre a infância e a educação infantil são fruto de um processo histórico e contextualizado. Neste contexto a creche e a pré-escola são instituições criadas pela sociedade burguesa, para educar a criança para a sociedade capitalista.
            São grupos religiosos que iniciam a história da educação infantil em São Paulo, após esse grupos organizam e mantêm asilos infantis e orfanatos. Juntamente com o jardim da infância Caetano Campo surge a revista do jardim da infância em 1896, com objetivo destinado a formação de professores, com registros de experiências, produzidos pelas próprias professoras, usadas como receitas a ser seguidas pelas professoras.outra revista foi   revista do jardim da infância, responsável por alguns parcos registros produzidos por professores. Possivelmente o registro não era valorizado. Existem alguns informativos, que eram informativos internos, noticias sobre eventos e acontecimentos, calendários de reuniões, poemas, informes de aquisição e movimentação.
            Em 1920, as crianças sendo vitimas frequente de epidemias e doenças, por falta de infraestruturas, vivendo em ambientes insalubres. Nos anos 30, a educação física e a higiene para se essenciais, especialmente aos filhos de operários. Já em 1935, cria o serviço de jogos e recreios, para retirar as crianças da rua,orientar as famílias em relação á saúde e a higiene e disseminar a cultura nacional. São criados os parques infantis. Em seguida nos anos de 1937 a instituição passa a abrigar no período noturno, a fim de atender população entre 12 a 21 anos. Na década de 40 são criados os recantos infantis em praças para atender criança de 3 a12 anos.
            No período e 1967 o foco na saúde e na higiene sede lugar á consideração da pré-escola como espaço para desenvolvimento da prontidão para a alfabetização; Na década de 70 é elaborado um currículo para a pré-escola.
            A escassez de conhecimento pedagógico sistematizados torna compreensível o empreendimento de alguns educadores no sentido de construir a espeficidade da atuação docente e dotá-la de amparo cientifico. Percebe-se a necessidade de investimento na formação de professores como alicerce da mudança, enfatizando a observação, a experimentação e a pesquisa como formas de aprendizagem do “ser professor”.
            Observando então a escola como espaço de produção de conhecimento, instância de formação por intermédio da pesquisa, da experimentação, da construção de novas propostas. Partindo deste pressuposto considera que registrar é produzir conhecimento, e produzir conhecimento é valorizar a prática pedagógica e o ofício do docente. A construção de práticas de registro da ação pedagógica por parte de educadores, longe de ser atividade meramente burocrática, constitui importante contribuição para a formação em serviço, para a melhoria da qualidade do ensino, para a produção de saberes no espaço escolar.
A ciência foi apontada como o único saber legítimo, o que promoveu a desqualificação dos saberes construído pelos educadores. A noção de progresso invade a escola. Praticas tradicional recebem o rotulo de atrasada, devendo ser banidas em conta de proposta modernas e inovadoras que não levam em conta a experiência docente, tida como não cientifica e, portanto, irrelevante.
Finalmente chega o tempo que a instituição escolar é posta á prova por não cumprir sua função social. A ciência, que havia substituído à experiência docente e racionalizando o trabalho do professor, tem sua eficácia pedagógica, o que possibilita a constatação da impossibilidade de aplicação imediata das primeiras.
Por intermédio da narrativa, o professor constrói sua própria teoria com base na reflexão sobre a prática e na atribuição de sentido ás suas ações. A produção cede espaço à criação.
Em fim registrar é ler a realidade, observar, pensar, agir. É conhecer, entender, refletir para poder transformar. Por isso é libertador. E cabe a formação possibilitar ao educador à leitura do mundo, o desvelamento da realidade, a apropriação de sua fazer ao de libertação e transformação. A formação, portanto, precisa promover o pensar reflexivo e crítico, o estudo, a produção de conhecimento, a socialização de saberes, a melhoria da prática. E o registro pode construir importante instrumento nesse processo, promovendo à construção das memórias pessoal e coletiva, a escrita da história, a formulação de perguntas, o levantamento de hipóteses, a aprendizagem, a articulação teoria-prática.
Essa reflexão não se dá no vazio, mas é pautada em saberes que o professor possui ou precisa construir para poder atuar de maneira mais adequada, tendo em vista a aprendizagem e a formação de seus alunos. Sua ação é medida por teorias, concepções e conhecimentos que fornecem subsídios á prática, fundamentando-a e orientando-a a respeito de que direções tomar.
Acreditamos que o registro de práticas constitui instrumento essencial à construção de autoria e à sistematização de saberes construídos/produzidos pelo educador em seu trabalho diário. Registro resultante de um processo de busca, estudo e pesquisa precisariam encontrar um meio de divulgação mais amplo, sem ficar restritos ao professor e ao contexto da escola. Que o professor possa ser autor de sua prática e atuem no sentido de promover melhores condições de trabalho, as quais possibilitem efetivamente à construção de registros de práticas pedagógicas, o estudo, a reflexão. Que a escola possa articular a esse professor reflexivo.





RESENHA CRÍTICA 2



RESENHA
LOPES, Amanda Cristina Teagno. Educação infantil e registro de práticas. São Paulo: Cortez, 2009 (coleção docência em formação. Série educação infantil.
Resenhado por Helen Renata Rocha Greff da Silva

A autora do livro “Educação Infantil e Registro de Práticas” é Amanda Cristina Teagno Lopes. A publicação é da Editora Cortez do ano de 2009, o livro resultou na dissertação de mestrado apresentada pela autora, que é pedagoga, mestre em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE/USP) e participa do grupo de pesquisas sobre a Formação de Educadores (Gepefe-FE/USP). Atua também como professora de Educação Infantil na prefeitura de São Paulo.
A obra em questão é composta de 4 capítulos sendo estes: Capítulo I – Sobre o registro; Capítulo II – Registro e memória e a memória do Registro; Capítulo III – O registro de Práticas Pedagógicas produzido por professores e Capítulo IV que apresenta as considerações finais.
No Capítulo I a autora discute o conceito de Registro, mantendo um diálogo com autores como: Miguel Zabalza, Madalena Freire, Paulo Freire e outros.
Segundo Amanda Cristina Teagno Lopes, na formação docente em geral é pobre em relação a prática de registros, pois falta incentivo aos professores neste sentido.
Para Miguel Zabalza, a prática do registro forma um diálogo que o professor cria através da leitura e reflexão, sendo que o registro diário possibilita que o educador possa se expressar.
Madalena Freire, trata o registro como instrumento metodológico junto ao planejamento.
Já Paulo Freire, considera o registro, uma forma de estudo, que ajuda o educador no sentido de observar a realidade.
Ainda no primeiro capítulo a autora fala sobre a necessidade dos registros, tanto na forma vergal como não verbal sendo que imagens são como textos que devem ser interpretados assim como a escrita.
Para Madalena Freire os professores devem realizar os registros diariamente para que possam refletir sobre seu trabalho pois desta forma a construção da aprendizagem acontece.
No Capítulo II, a autora fala inicialmente sobre o registro na Educação Infantil, para a autora os registros nesta etapa da educação vão além de atividades desenvolvidas em sala, pois também passam emoção, sentimentos e particularidades de casa criança e também da Instituição e do professor.
No segundo item do capítulo II, a autora apresenta uma pesquisa documental realizada com professores da Educação Infantil doas redes Estadual e Municipal de São Paulo, constatando que os educadores pesquisados utilizavam muito pouco o ato de registrar, assim como nos parques infantis, no entanto foram encontrados alguns registros de práticas aplicadas por recreacionistas e educadores sanitaristas.
No terceiro item do capítulo II, a autora fala de registro e produção na Escola Nova. Segundo a autora, entre 1932 e 1937, o registro era valorizado no curso de formação de Professores, sendo que nas escolas primárias, o registro era usado como instrumento de apoio.
Para Amanda Cristina Teagno Lopes a prática do registro, tem como resultado importante contribuição na melhoria da qualidade do ensino e produção de conhecimento na escola.
De acordo com a autora existem diversos tipos de registros produzidos pelos professores, sendo que variam entre: diário de classe, livro de registro, atas de reunião, registros formais, a autora porém teve o foco na análise de cadernos de registro e portfólios no Primeiro item do Capítulo III.
Já no segundo item do Capítulo III, a autora fala de portfólios e projetos produzidos entre 2000 e 2003, nestes portfólios estão presentes, narrações e registros de reflexões assim como , relatos de projetos desenvolvidos com um grupo de crianças.
Para autora, todos os tipos de registro contribuem de alguma forma com o trabalho docente e cada um deles possui uma história.
No Capítulo IV a autora apresenta as considerações finais, falando sobre a melhoria da ação pedagógica que o registro de práticas impõe, ressaltando que o educador deve produzi-lo diariamente refletindo e buscando conhecimento, através do estudo de suas práticas e a leitura da realidade.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Agente pode...

"A gente pode morar numa casa mais ou menos, numa rua mais ou menos, numa cidade mais ou menos, e até ter um governo mais ou menos.

A gente pode dormir numa cama mais ou menos, comer um feijão mais ou menos, ter um transporte mais ou menos, e até ser obrigado a acreditar mais ou menos no futuro.


A gente pode olhar em volta e sentir que tudo está mais ou menos...


TUDO BEM!


O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum...

é amar mais ou menos, sonhar mais ou menos, ser amigo mais ou menos, namorar mais ou menos, ter fé mais ou menos, e acreditar mais ou menos.

Senão a gente corre o risco de se tornar uma pessoa mais ou menos."

Chico Xavier

TUDO O QUE HOJE PRECISO REALMENTE SABER, APRENDI NO JARDIM DE INFÂNCIA

Tudo o que hoje preciso realmente saber, sobre como viver, o que fazer e como ser, eu aprendi no jardim de infância. A sabedoria não se encontrava no topo de um curso de pós-graduação, mas no montinho de areia da escola de todo dia.

Estas são as coisas que aprendi:
1. Compartilhe tudo;
2. Jogue dentro das regras;
3. Não bata nos outros;
4. Coloque as coisas de volta onde pegou;
5. Arrume sua bagunça;
6. Não pegue as coisas dos outros;
7. Peça desculpas quando machucar alguém; mas peça mesmo !!!
8. Lave as mãos antes de comer e agradeça a Deus antes de deitar;
9. Dê descarga; (esse é importante)
10. Biscoitos quentinhos e leite fazem bem para você;
11. Respeite o limite dos outros;
12. Leve uma vida equilibrada: aprenda um pouco, pense um pouco... desenhe... pinte... cante... dance... brinque... trabalhe um pouco todos os dias;
13. Tire uma soneca a tarde; (isso é muito bom)
14. Quando sair, cuidado com os carros;
15. Dê a mão e fique junto;
16. Repare nas maravilhas da vida;
17. O peixinho dourado, o hamster, o camundongo branco e até mesmo a sementinha no copinho plástico, todos morrem... nós também.

Pegue qualquer um desses itens, coloque-os em termos mais adultos e sofisticados e aplique-os à sua vida familiar, ao seu trabalho, ao seu governo, ao seu mundo e vai ver como ele é verdadeiro, claro e firme. Pense como o mundo seria melhor se todos nós, no mundo todo, tivéssemos biscoitos e leite todos os dias por volta das três da tarde e pudéssemos nos deitar com um cobertorzinho para uma soneca. Ou se todos os governos tivessem como regra básica, devolver as coisas ao lugar em que elas se encontravam e arrumassem a bagunça ao sair. Ao sair para o mundo é sempre melhor darmos as mãos e ficarmos juntos. É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão.


"O importante é aproveitar o momento e aprender sua duração, pois a vida está nos olhos de quem souber ver"...



Pedro Bial